ABC do Crédito

BY ATELIER FINANÇAS

ABC Do Crédito

Dúvidas Sobre Créditos

ABC do Crédito

Créditos

Vamos começar pelo básico!

  • O que é um crédito?

    Um crédito é nada mais nada menos do que um empréstimo financeiro. A instituição de crédito (credor ou mutuante) empresta dinheiro a um cliente (devedor ou mutuário); o cliente compromete-se a devolver esse valor, na forma de prestações, ao longo de um período combinado, juntamente com juros e outras despesas.

  • Os bancos são as únicas entidades que podem conceder crédito?

    Não, há outros tipos de empresas que podem conceder crédito, como as caixas económicas bancárias, as caixas de crédito agrícola mútuo, as instituições financeiras de crédito, etc. Todas estas instituições têm de estar registadas no Banco de Portugal.

  • O que são juros e por que é que existem?

    Quando falamos de créditos, os juros são um valor extra que deve pagar ao credor. Basicamente, trata-se uma compensação pelo empréstimo.

    A percentagem (%) que determina o valor dos juros é designada por taxa de juros. Esta taxa pode ser variável (sujeita às flutuações do mercado) ou fixa (oferece maior estabilidade, mas é por norma mais elevada).

  • O que são prestações?

    São os pagamentos regulares (geralmente mensais) que tem de fazer para devolver o valor que lhe foi emprestado. Cada prestação inclui uma parte do valor, os juros e, por vezes, outros custos. À medida que efetua estes pagamentos mensais, a dívida vai diminuindo, até ser totalmente paga.

  • Que tipos de crédito existem?

    Existem vários tipos, sendo as principais categorias:

    • Crédito à habitação: para compra, construção ou reforma de uma habitação;
    • Crédito aos consumidores: para compra de outros bens e serviços (ex. viagens, automóveis, eletrodomésticos, serviços de saúde e educação, etc.)


    Estas são algumas das modalidades de crédito aos consumidores:

    • Crédito pessoal: para compra de uma grande variedade de bens e serviços, e também para projetos sem finalidade concreta;
    • Crédito automóvel: para compra de um automóvel;
    • Cartão de crédito: é definido um valor máximo mensal (plafond) que pode ser utilizado, e este vai sendo novamente disponibilizado de forma contínua à medida que os valores utilizados são reembolsados mensalmente.
  • Não entendo bem a diferença entre cartões de débito e cartões de crédito.

    Há várias diferenças entre cartões de débito e cartões de crédito, mas a principal reside na origem do dinheiro. O cartão de débito utiliza o dinheiro disponível no saldo da sua conta; já o cartão de crédito envolve um empréstimo.

  • Todas as simulações de crédito falam em TAN, TAEG, MTIC, spread e Euribor... O que é tudo isso?

    A TAN (Taxa Anual Nominal) é a taxa de juros anual de um empréstimo. Não inclui impostos e outros encargos (comissões, seguros, custos de operação, etc.), pelo que não é o indicador mais completo para fazer comparações.

    A TAEG (Taxa Anual Efetiva Global) refere-se aos juros totais do empréstimo. Inclui a TAN e todos os outros encargos

    O MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor) é o valor total que terá de pagar ao credor ao longo do período do empréstimo. Inclui o valor do empréstimo, os juros e os restantes encargos.

    O spread e a Euribor são partes da taxa de juros:

    • Spread: margem de lucro da instituição de crédito, estando ligada ao risco que o empréstimo representa - quanto maior o spread, maior a taxa de juros;
    • Euribor: taxa de referência de juros que reflete a média na União Europeia.

  • Se a taxa de juros é influenciada pelo risco do empréstimo, como é que as instituições de crédito avaliam esse risco?

    Através de vários fatores, tais como:

    • Histórico de crédito: tem dívidas em aberto ou algum histórico de incumprimento?
    • Rendimentos e situação profissional: tem rendimentos regulares e um emprego estável?
    • Outras características do cliente: a idade, por exemplo, é muito relevante no caso do crédito à habitação;
    • Taxa de esforço: percentagem do seu rendimento familiar destinada ao pagamento de prestações de créditos (não deve ultrapassar os 30%);
    • Valor e finalidade do empréstimo;
    • Relação com a instituição de crédito;
    • Capacidade de negociação do cliente ou intermediário de crédito.

  • Como é que posso calcular a minha taxa de esforço?

    Deve utilizar a seguinte fórmula:

    (Total de prestações de créditos ÷ Rendimento do agregado familiar) x 100

  • As instituições de crédito podem negar empréstimos?

    Sim, se considerarem que há um risco muito significativo e que não existe cumprimento de determinados critérios. É importante lembrar que as instituições de crédito têm critérios específicos e podem estar dispostas a assumir diferentes níveis de risco, pelo que é boa prática fazer comparações.

Intermediários de crédito

Quem são e para que servem?

  • O que é, afinal, um intermediário de crédito?

    Como o próprio nome indica, atua como intermediário entre as instituições de crédito e quem procura empréstimos (mutuários). O seu objetivo é ajudar os mutuários a conseguirem as melhores condições de crédito e proteger os seus interesses.

    As funções de um intermediário de crédito incluem:

    • Consultoria: aconselha-o sobre os diferentes tipos de crédito disponíveis e as opções que melhor se adequam às suas necessidades;
    • Pesquisa de mercado: compara ofertas de várias instituições de crédito;
    • Apoio na candidatura: ajuda-o a preparar e a submeter a sua candidatura e com qualquer documentação necessária;
    • Negociação: dialoga e negoceia com as instituições de crédito em seu nome, para conseguir as melhores condições;
    • Acompanhamento: acompanha-o ao longo de todo o processo de aprovação.

  • O intermediário de crédito pode conceder empréstimos?

    Não. O intermediário facilita o processo de aprovação de pedidos de crédito, mas só as instituições de crédito e certas sociedades financeiras registadas no Banco de Portugal podem conceder empréstimos.

  • Quais as vantagens de recorrer a um intermediário de crédito?

    Algumas das vantagens incluem:

    • Acesso a várias opções de empréstimo  por parte de diferentes instituições de crédito;
    • Poupança de tempo  em pesquisa e comparações;
    • Aconselhamento personalizado  com base no seu perfil financeiro e nas suas necessidades;
    • Negociação ou renegociação  das melhores condições;
    • Simplificação do processo de candidatura  a créditos.

  • Quais os custos dos serviços de um intermediário de crédito?

    Apesar de existirem intermediários não vinculados (sem vínculos exclusivos com qualquer instituição financeira) que poderão cobrar-lhe pelos seus serviços, a intermediação de crédito é, geralmente, totalmente gratuita para si.

  • Quem paga ao intermediário de crédito?

    Os intermediários de crédito recebem comissões por parte das instituições de crédito.

  • Posso confiar nos intermediários de crédito?

    Sim, completamente, desde que estejam registados no Banco de Portugal como tal.